Quotidie


Recompensado pelo vazio


Apesar da agonia veras que teu dia não merece poesia.
O teu ciclo desajeitado vai ficando no passado, antes de começar já estar acabado.
E tudo se repete outro dia fazendo da poesia um clichê de agonia.
Na forja indelicada  com a Ísis ofuscada já não ver a hora passada..
Apesar da poesia a odisseia de todo um dia ainda causa agonia.   





Parva Verbo



Pequeno poema 


Parando pra pensar, as poucas palavras passam por pequenas passarelas poéticas 
e pairam pelos pedaços perdidos da paisagem poluída, 
pintando paredes com puras poesias. 
 Passando pelas portas do passado perturbam, pedindo paciência
 pondo a prova os pequenos pilares do poema.  
Pois se parece por parte com a penumbra de um poeta.





Assiduissimi




Hipossuficiência pessoal


E ela se deixou.
Cansada pela insistência, massacrada pela ignorância, destruída pela arrogância.
Partiu em busca de um novo eu.
Um que em nada parece-se com o que "morreu".
Caminhou pelos felizes e não achou o motivo de tanta graça.
Passeou  pelos desgostosos e não se encachava em tal desgraça.
Foi ao campo dos guerreiros, se viu enfraquecida.
Enquanto em meio aos sociais não se sentia tão querida.
Como uma peça quebrada, nada lhe encachava.
Então fugiu e foi imitar.
O que era bom de se ver deveria se tornar.
Pois a mascara da maldade, caiu de tanta perversidade.
Vestiu a roupa do rancor, rasgou de tanta dor.
Calçou os sapatos da alegria, mal andava de tanta agonia.
E pensou consigo ao espelho.
O melhor pra eu ser é a mim mesmo.
O espelho respondeu com insatisfação e em mil pedaços espalhou se no chão.
Em cada pedacinho um pouca das eu's do caminho.
Satisfazendo sua exigência, mudará para uma eu com experiencia.
E assim aquietou em si mesma com o objetivo alcançado.
Apesar de nada ter mudado







Staminea


Entre pernas

De tudo, te desejo o meu prazer.
Te dedico minha pele macia e cheirosa.

Que meus lábios saibam o que e como beijar.
Espero que meu corpo seja quente e aconchegante ao te receber.

Que minha carne à tua boca seja gostosa.
E meu quadris possam te completar.

E entre minhas pernas se sinta parte de mim.
E como dois em um seremos aqui. 
Que todos  os seus sonhos polutos se realizem.
Contudo anseio que  goze da minha presença,
Pois sei que esta não lhe fará diferença.
Por fim lhe peço, se cale.
Fora das minhas pernas, de mim, não fale. 







Niger Sidere


Pequena Lucífuga

Tão dada, tão fadada, cansada de entregar se ao nada, desesperada e calada.
Vendo o dia vim, vai contando os segundos para  assegurar a noite próxima.
Vibrante à noite com uma eterna dislexia em pronunciar-se de dia.
E na gritaria, dança.
Fecha as janelas do dia buscando a luz da noite.
E rasante do que fora antes o escuro traz o desacoite.
esperando que acabe a tarde, desraiando o dia
 na morte do sol em uma efêmera dinastia.
No amanhecer da noite a lua resplandece num acoite que acerta seu olhar.
Parte, e na luz da lua mata o restinho do dia n'eu.
E já descansada de um dia de nada me entrega ao breu.










Ciphra


Resultados de nenhuma soma

Não há em mim, nem cor, nem sabor.
Nada rimado com a minha dor.
Não que em ti não haja.
Só não me dar.
Não que não queira.
Mas faz uso em guardar.

Só há em mim, desperdício e olhos secos.
Dores e sorrisos despejados por entre becos.
Só que em ti, é parecido.
Transparece no escuro.
Só que não quer.
E com as mãos fala no olhar.

Não há Só em Mim.
Só não Há em Ti.
Só em Mim não Há.
Não Só em Ti há.





  

Silentii de sorbere, frementem de calicem.



Pai ! Afasta de mim esse cálice, pai!

Aos goles dessa negra bebida
me vejo noutro lado 
sem mentira e  muita culpa.
uma saída de duas portas
com uma personalidade dupla.

No meu mundinho pequeno 
embriagada no meu próprio veneno
Num copo o gole, arroto prematuro
num trago a tosse, eco no escuro.

De que me vale ser filho
melhor seria ser meu próprio pai  
e nessa melodia me fecho e sigo, um vai
que me levaria se eu já tivesse ido

Pai! Traz a mim o cale-se do meu grito, Pai!







Altera me

Auto suicídio próprio


E falando de morte, nasci.
Parece que o mundo se foi como nunca havia ficado.
Vindo um pouco lesado pelo meu nascer.

Trazendo a vida, Vivi.
Gastando um mundo desgastado por mil modos de sofrer.
Que sucumbia as poucos por me sentir viver.

Indo embora, morri.
Sentindo a falta das lagrimas envenenadas o mundo me vai.
Acabado, Comigo vai acabar, 
apagando cada passo onde ousei pisar.





Oculi Tacitis

Sem  (Cem) palavras 

Regadas por olhares molhados em águas de chá
o por que se poe parece ofuscar
a tenda que tende a atenuar
as curvas falantes de um mero olhar.
As risadas rimadas que fazem evaporar
terminam em choro, pintando o ar.
Sentadas sentindo sem cooperar
as rimas molhadas regam o calar
que rir de si mesmo pra não rimar
os olhares calados com navegantes no mar.
Que tristes desenham por felizes estar
e sabem agora que  é hora de não mais falar
das dores, senhores de um revelar.
O silencio ausente que não vai ecoar
das palavras em frases a se completar
que nem razão ou sentido há.






O Jesus Errado




Violada como as harpas medievais.
Dedilhada por dedos canibais.
Em uma tabela iluminada suas feridas foram expostas.
Seus pecados etiquetados por amostras.
Usada de mártir, deveria morrer.
Mas... a musica ressoada 
da harpa dedilhada
do pecado despedaçado 
da ferida iluminada 
Assustou a inocência que ao som do medo
Se sentiu usurpada. 
  

Cadavera


À Ela

Ora essa, de que adiante morrer por ti.
Respirar o resto do teu ar.
Sufocando minha sede na tua boca seca.
Minhas feridas abertas me fazem sorrir,
das cores, amores e dores que passaram por aqui.
O traço que passo não é o fim.
Ainda ha muito o que rasgar.
Minhas borboletas empalhadas não querem voar, morreram.
Meus discos arranham a carne ao me lembrar.
Que voei um dia, pensando em voltar.
O amor agora amigo duvida de si mesmo.
O espelho reflete os pensamentos duplicados.
Dividindo um sim de uma não, que agora um talvez parece-me ilusão.
Me faço de cega pra não perceber, os toques gelados
de um gole salgado a me comprometer.
No trago disfarço e espero morrer.







Duo viginti


Rodopio

Girei numa caixinha de metal barulhenta.
Corri um mundo, segui a lua.
Lá tinha quase tudo que eu queria.
Um céu, um rio, saudade e agonia.
Mil luzes acesas para nada clarear.
Dentro da caixinha morava uma borboleta.
Sem perna, sem braço, antena ou cabeça.
Varias caixinhas seguiam a minha; 
soltando luz.
E eu voltando pra longe, 
indo aonde à caixinha me conduz. 









Rubrum os suum


Cancão pra minha garota

 Teu cheiro me guia, 
Seu brilho ofusca meus olhos apaixonados.
Não me ligue, não se importe.
Acabando, você ficará.
Me dance, embalando me no teu olhar.
Me beije, com seus tons de rosa.
O som que danço, só você me faz escutar.
Minhas ondas se aquecem no teu por, minha garota.
Ha mais mistérios nos teus dedos do que em todo o alcorão.
Suas mãos, apressadas as vezes fugitivas mas sempre as suas.
Tocam e decifra o que se pode tocar.
Beija com a pele o que os lábios não podem beijar.
Garota te canto, pois já não luto contra teus encantos.
Não ouça esta musica sozinha, pois garota, agora você é minha.





Vicis parumper me


Tudo ao seu tempo

Esta na hora de matar os amores.
Vender se aos senhores, desta nação.
Presenciar o entardecer macabro.
Sentir o cheiro da morte de deus.
Queimar o já lido e revisado.
Secar do chão o leite derramado.
Fazer fogueira da cruz.
Cambalear nas palavras, Jurar redenção.
Molhar o sorriso, fazer confusão .
Ta na hora de acordar bem mais cedo.
Orar pelo desapego.
Começar a c.








Daemonium ex ineptiis.




Inicio aqui a temporada de caça ao diabo.
Que oprime teus conceitos, os esmagando ate sumirem.
Que cultiva tua inteligencia em uma redoma intransponível.
Matemos o mal que há nas frases erradas!
Expulsemos toda tolice de uma vida rotineira!
Clamemos por pensadores de direita ou esquerda, porem pensantes.
Suplicamos!
Queimem os pastos, matem os bovinos de fome.
Encaixotem os dogmas e máximas, que não nos permite ver além.
Vomitem as religiões das tuas línguas.
Crucifiquem debates piegas com frases semi-prontas.
Matem o diabo. Que tem nome, endereço e cara.
Chacinem a massa do "sim senhor".
Violem a liberdade de pensar e reproduzir asneiras.
Esfaqueiem os paradigmas e seus reacionários.
Louvem a perspicácia dos que se foram e nos deixaram inquietos. Questionando.
Aprimorem os ditos e feitos.
Celebremos aos santos.
Mas sejamos os deuses.




Ego sum


De mim.

Negra e escura.
Trajada de penumbra.
Arranhando paredes ao entardecer.
Pintando o noturno de forma enganosa.
Se veste de obscuro, ondulando vagarosa.
Macia, vicia num cio de ver.
Sem olho, nem boca. Numa mudes de enlouquecer.
Largada, jogada aonde os olhos não vêem nada.
Como uma cobra morta silhuetando a sua onda.
Fria e sem forma feito uma sombra







Vivere in linea


O Destino em rimas.

Nestas linhas encontro comigo em aflição.
Revelado pelo desespero, sonho e ambição.
Tudo que virá eu sei e o que passou posso deduzir.
Não há uma só vida desandada que não tenha passado por mim.
Um tanto obscuro podem me calcular.
Analisando o passado sabe se ate onde posso chegar.
Teu desejo em me conhecer ofusca tua visão.
Me encontra todos os dia, mas não prestas atenção.
Sou o hoje do amanhã refletindo o que passou.
Sou mistério de um livro que a vida já lhe revelou







Bublus




Infame criatura 

Inspirada no mais vil dos vilões.
Rasteja a sombra da incerteza.
Profunda se faz subsidiada das palavras mais ocas.
Repete.
Se fala não se ouve, Grita!
Me leva a uma infância de mundo não compreendido.
Me excita a não pensar.
Massacra meus neurônios.
Por que te ouço?
Talvez eu queria compartilhar seu capim,
ajudar a ruminar teus ditos frouxos.
Repetir é a arte do idiota.
Se fala, te fala, não cala para que possa me converter.
Teu vaso é raso e nele só cabe seus dejetos 'intelectuais' 
Poupe me !





Sumptuosus amicus


Autopsicodata

Vota te diabo.
Elege a ti o que quiser.
Prove me que este inferno é teu
e que teus tormentos podem machucar.
Vá diabo, viva a vida.
Já que é dela que tiras teu sustento.
Coma, beba, goze, se prove.
Aprove.
Não sofra, faça sofrer sofrendo com o sofrimento que podes fazer.
 Que roupa é esta (?) tira?
Que vida é esta (?) vida?
Oras diabo pare de reclamação.
Atormente me com torturas sem interrogação.
Já questiono meus porquês
e respondo meus enfins.
Venha diabo, como espelho de mim.
Mostre me teu rabo e o teu tridente.
Assim  ao teu lado minha imagem se fará
fumaça morta e neblina ausente.






Dabat Olim, Ana.



Esta historia não existe.

Tudo começou à muito tempo.
Quando o giro rodava.
O mundo era florido como um vestido
E o riso era tão fácil quanto rir.
Uma travessura abalava o ambiente.
Musica no cangote,
indo e vindo como as cambalhotas da vida.
Um espetáculo maluco.
Brilhante, falante meio certo enquanto errante.
Três pulos de uma dança.
Cachos meio dourados no vulto de uma criança.
Assim; eu me sinto em casa.