Cadavera


À Ela

Ora essa, de que adiante morrer por ti.
Respirar o resto do teu ar.
Sufocando minha sede na tua boca seca.
Minhas feridas abertas me fazem sorrir,
das cores, amores e dores que passaram por aqui.
O traço que passo não é o fim.
Ainda ha muito o que rasgar.
Minhas borboletas empalhadas não querem voar, morreram.
Meus discos arranham a carne ao me lembrar.
Que voei um dia, pensando em voltar.
O amor agora amigo duvida de si mesmo.
O espelho reflete os pensamentos duplicados.
Dividindo um sim de uma não, que agora um talvez parece-me ilusão.
Me faço de cega pra não perceber, os toques gelados
de um gole salgado a me comprometer.
No trago disfarço e espero morrer.







Duo viginti


Rodopio

Girei numa caixinha de metal barulhenta.
Corri um mundo, segui a lua.
Lá tinha quase tudo que eu queria.
Um céu, um rio, saudade e agonia.
Mil luzes acesas para nada clarear.
Dentro da caixinha morava uma borboleta.
Sem perna, sem braço, antena ou cabeça.
Varias caixinhas seguiam a minha; 
soltando luz.
E eu voltando pra longe, 
indo aonde à caixinha me conduz.